Por Alexandre Rocha

Em um cenário de crise, nada mais natural e comum que a grande massa e pequenos empreendedores ajam de forma mais cautelosa, guiados pelo medo gerenciando seus recursos financeiros com maior apego ou até mesmo desconfiança diante da oferta de soluções incrivelmente fáceis.

Quase como se repetissem um mantra, navegando na corrente do efeito manada, há bem pouco tempo era impressionante a frequência com que empreendedores citavam entre os dentes como se proferissem uma maldição, a palavra crise, em resposta a todo e qualquer resultado, ainda que fossem reflexo de suas próprias ações (ou inação).

Vivemos em um país onde com frequência o conceito de empreendedorismo é perigosamente sustentado por uma dose de fé muito maior que as medidas de qualificação e técnica, levando consequentemente a uma navegação às cegas pelo mercado, onde o empreendedor desconsidera tanto variáveis e indicadores de momentos turbulentos, quanto possibilidades de negócios e tendências, ocultas nas entrelinhas das mudanças nos hábitos de consumo.

Ainda é muito comum ver empreendedores inexplicavelmente focados na variável preço como sua principal (quando não a única) forma de vencer a batalha pelo consumidor diante de seus concorrentes, o que resulta ironicamente num “loop infernal” onde se abre mão de cada vez mais dinheiro, para buscar ganhar mais dinheiro.

É vital em qualquer empreendimento a compreensão de que o mercado não só é alimentado pela demanda do consumidor, como também este é cada vez mais esclarecido e dotado de inúmeras fontes de informação e parâmetros para a comparação de serviços disponíveis no mercado. O consumidor não só ganhou voz, como está hiperconectado, compartilhando suas experiências de vida e consumo em tempo real.

Diante de tanta informação e expectativas de consumo mais claras, não há outra solução para a sobrevivência, senão a compreensão de que a venda de valor seja a chave no combate à necessidade de canibalização de preços para fechar negócios insustentáveis, que por vezes se tornam um verdadeiro martírio para ambas as partes.

Entenda que para vender mais valor, é necessário estar em sintonia real com a necessidade do consumidor, buscando superar suas expectativas, promovendo um cenário surpreendente.

Sua Meta = Experimentação > Expectativa

Se ousarmos concluir o assunto por aqui, diríamos que você precisa ajustar de imediato o foco do seu empreendimento caso ele se encontre no dinheiro do cliente, ao invés da satisfação de suas necessidades, e que é preciso perseguir incessantemente as demandas latentes, que promoverão sua marca tanto na mente quanto no coração do público-alvo.

Precisar do dinheiro do cliente é um motivo muito raso para que ele invista em você, o mercado inteiro já busca literal e desesperadamente uma fatia da carteira dele.

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