Grupos de aspiração! Sim, um termo pomposo, mas que será fundamental para o desenrolar do raciocínio presente neste texto, e você também pode ver como um pequeno teaser do que vem por aí.

Já faz muito tempo que nossa natureza busca no próximo, de maneira instintiva alguma razão ou justificativa para nossos próprios atos, bem como respondemos a proposições variadas de valores e imagens aos quais somos submetidos diariamente.

Quando tratamos de Grupos de Aspiração, falamos também de Marketing e do poder de atração que a imagem transmitida ao mercado possui sobre nossas relações de consumo, como por exemplo, quando nos identificamos com a maneira que um músico famoso ou atleta olímpico de alto rendimento encantam o público, despertando consequentemente o desejo de fazer parte de um grupo ao qual (infelizmente, rs) não pertencemos.

Avançando muitas páginas nessa história, mas tratando ainda de aspirações e nossas referências pessoais, surge um mundo globalizado onde a informação transita praticamente sem resistência por todo o mundo, quebrando as barreiras impostas pela distância à base de muitos bits e fibra ótica, através das redes sociais no ambiente digital.

Apesar de multiplicar o número de conexões [e permitir o contato diário com a mamãe que mora em outro país], o cenário hiperconectado torna as pessoas mais suscetíveis ao impacto de imagens às vezes inconsistentes com a realidade, e uma explosão de produção de conteúdo parece trazer a reboque uma queda no comprometimento com fatores como capacidade de validação da informação, ou mesmo sua qualidade.

Pode ser que a proposta destas linhas consista em uma pequena jornada ideológica, para contribuir com um público que começa a ser doutrinado segundo uma visão utópica de sucesso, baseada em um misto de mundo perfeito e potencial divino, capaz de sobrepor a própria técnica como meio para a qualidade.

Longe de intentar construir parágrafos na forma de uma inatingível verdade absoluta, desejo transportar você, leitor e pensador, a uma análise sobre o que é o sucesso em sua essência. Seria ele mensurável de acordo com uma conta bancária, ou volume de posses? Ou seria mais valioso o encerramento das atividades de uma empresa que consumiu a família de um rico empreendedor infeliz? É bem simples notar o quanto é relativo. Sim, a partir daqui o título vai fazer mais sentido!

Observando com um pouco mais de calma você pode perceber que vive tempos onde um post é programado para atingi-lo de manhã com aquela precisão cirúrgica, operada por algoritmos que parecem conhecer você melhor que seus pais ou alguém com quem você divide o quarto todas as noites, trazendo uma cena feliz com a imagem vitoriosa de um empreendedor de sucesso (mas espera aí, o que é sucesso?), e por um segundo é levado a analisar porque não vive essa mesma euforia ou não está vivendo dessa forma tão plena e feliz que lhe foi apresentada.

Se você se identifica de alguma forma com a cena apresentada anteriormente, relaxe! Proponho uma observação mais profunda de tudo aquilo que parece ser, aguçando sua percepção do que é real. Para isso, nada melhor que levantar questões e talvez apontar algumas direções.
Durante minha formação aprendi, que Marketing consiste – dentre outras coisas – em causar encantamento no consumidor, e compreender que é o cliente quem lança a demanda ao mercado, e não ao contrário. Sendo assim, quem pode perceber rapidamente aquilo que o cliente precisa, ou é capaz de vislumbrar e explorar alguma demanda latente tem mais chances de encontrar seu oceano azul.

Então quando ligamos os pontos, percebemos que assim como raramente alguém opta por apontar os pontos fracos de um produto quando tenta construir uma imagem de liderança, pessoas agem com relação às suas respectivas imagens, dando origem ao que poderia ser seu alter ego, O homem incapaz de sangrar. Logo, você pode se perguntar: Quais são as chances de que você seja atingido pelo post citado anteriormente, considerando a postura do sucesso pleno e livre de derrotas, com uma abordagem totalmente contrária, mostrando força de vontade após uma derrota daquelas que faz ter a vontade de fechar as portas? Ou um vídeo real, que mostre como é difícil para um diretor comercial, trabalhar com índices em torno de 10% de aprovação de todas as propostas comerciais de sua empresa, sem ter ideia de como reverter o quadro?

Até o fechamento deste pequeno artigo não pude definir uma solução (e nem acreditaria hoje na construção de uma fórmula) para blindar sua mente quanto ao impacto das imagens citadas aqui, contudo, percebo que perguntas muito simples podem ajudar a desmistificar um universo pintado sem derrotas, e talvez ajudar a enxergar que em um mundo tão complexo e histórias de vida tão diferentes quanto as digitais nas pontas dos dedos, o sucesso pode ser observado também como uma questão de postura e atitude. Afinal, o que é o sucesso para você?

Aumentar suas posses? Ajuste o foco ao trabalho e equalize as economias em detrimento do que for contrário ao seu objetivo (aliás, a última parte vale para quase tudo).
Fazer selfies em outro país? Parcele uma viagem e vá! Afinal, quase ninguém criaria uma legenda feliz e motivacional contando para você que também fez dessa forma.
Um casamento feliz? Priorize as relações humanas para encontrar a “pessoa adequada”, e então trate como o negócio da sua vida.
Liberdade? Não crie raízes como uma árvore, mas também não seja tão duro quanto uma rocha, pode ser que acabe não adiantando!
Tais perguntas e proposições consistem em meras ilustrações rasas, que tratam na realidade sobre abandonar a inércia, e principalmente levar a uma reflexão de que seja qual for o seu ideal de sucesso, ele é grande, complexo e jamais poderia ser enlatado. Quando as coisas parecerem mais difíceis para nós do que algumas imagens que consumimos mostram, basta lembrar que por mais que não pareça, todo homem sangra.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *